Eu, Joana Ninguém

Eu, Joana Ninguém
sem sobrenome e sem
cargo político,
e sem almejo de tê-lo,
sigo minhas urgências
carregando em ombros
memórias das dores
e a fome que ninguém
vê.

Eu, Joana Ninguém
ser calado e sucinto
carrego no peito um
grito
que por vezes me enche
a cabeça
explode em mil pedaços
quebra-me as telhas
rompe-me as veias
sangro sozinha
sem ninguém vê.

Eu, Joana Ninguém
poeta (do) invisível
explodo em ansiedades
construindo minha insurgência
onde nem sempre o que é grito
se pode chamar de revolucionário.

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